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sábado, 25 de outubro de 2008





feliz aniversário!


tinha tudo para ser um aniversario agradável, no melhor estilo paulistano, definiria aconchegante, não sei porque, mas tenho me identificado muito com essa palavra ultimamente.
daquelas festas que para não termos louças e sujeiras pós esbórnia, reservamos uma mesa num bar legal, com boa comida, boa musica e convidamos pessoas queridas para passarmos essa data.
escolhi um bar que já conhecia e que me chamou a atenção pela personalidade, boa comida e música da melhor qualidade, e não poderia ser diferente, afinal estava produzindo o aniversario da minha chefe.
o bar escolhido foi o barnaldo lucrecia, incrível, mas desde que chegamos lá, não paramos de ter problemas, estranho porque a intenção era de nos livrarmos deles.
já começou com o abusivo couvert de vinte e quatro reais, que quando questionado sobre o valor o garçom estufava o peito e dizia que três bandas se apresentariam , e eu sem perder a piada, respondia que seria impossível assistí-las simultaneamente, mesmo porque nossa mesa ficaria em outro andar, bem longe delas e dos respectivos palcos.
era tudo muito demorado, complicado e burocrático naquele lugar, muito diferente da primeira e única vez que fui lá.
os garçons eram meros objetos de cena, não resolviam absolutamente nada, até uma simples troca de mesa tornou - se um parto de cócoras. a porção que veio errada foi uma requisição com duas vias assinadas e reconhecidas em cartório para matarmos a fome com tal acepipe, mas o problema maior mesmo e o causador da rebelião, pasmem, foi o bolo, que por acaso nos pertencia, o adquirimos em uma padaria próxima antes de entrarmos no bar.
“quando a produção não tem problema algum, é preocupante, mas quando tem problemas demais, deu merda!” edu
cantar parabéns e fazer com que a aniversariante apagasse as velinhas foi quase que missão impossível para essa produtora que vos escreve.
lembro-me de todos os convidados serem muito educados, diplomáticos e simpáticos naquela mesa, mas só nos conhecemos verdadeiramente quando somos colocados a prova, ou melhor, quando somos “tirados de otários”.
ficamos implorando para que eles trouxessem o nosso bolo quase duas horas, os convidados já estavam indo embora, mas eles ignoraram esse fato, e preferiram perder bons clientes a “infringir” as regrinhas impostas pela gerencia ou sei lá quem.
“ aquela simpatia e diplomacia foram por água abaixo quando um dos convidados perdeu a calma, invadiu a cozinha, a gerencia e gritou para todo mundo ouvir o quanto era pretensioso aquele “buteco” fantasiado de " bar fino”.
a bomba foi de efeito moral e resolveu! o nosso salvador da noite continuava mais subversivo do que nunca! antes ele lutava por causas políticas, depois pelo cinema nacional, e porque não hoje pelo direito do consumidor?
logo depois da merda jogada no ventilador apareceram do nada bajuladores para apagar o incêndio, mas as labaredas já não apagariam assim tão facilmente.
em troca do nosso silêncio, não nos deixaram pagar a conta e ainda nos ofereceram um jantar.
não pagamos a conta, mas não nos calamos, pelo contrario, cantamos um dos parabéns a você mais prazerosos de 2008, numa padaria próxima, com um bolo, velas e figuração improvisados.
mas a comemoração não estava nem perto de acabar, fechamos a noite brindando a noite e rindo muito depois de passada a tensão pós “bar de merda x um” (alusão ao nosso mais recente longa metragem em pré produção), num posto de gasolina cantando mais uma vez parabéns a você, mas com muito mais empolgação por parte da simpática e animada frentista patrícia, onde fomos recebidos com muito respeito e alegria, que diferença!
eu juro, só queríamos cantar um simples e efusivo " parabéns a você". simples assim.
só tenho que desejar um puta ano para a aniversariante, com certeza muito promissor porque depois de ter batido o carro no primeiro dia e ter causado uma pequena rebelião na comemoração, com certeza ela ainda terá muitas surpresas.
e quanto ao eterno militante das causas mais que justas, obrigada por ter feito me sentir mais viva do que nunca e aguçar a minha criatividade e vontade de escrever um roteiro para um curtinha.


se quiserem ter problemas:

barnaldo lucrecia
rua: abílio soares, 207 tel: 11 3885.3425.

Um comentário:

Roberto Reiniger disse...

Na primeira fase da temporada, eu iria para a balada (mesmo passando mal), leria seu texto, faria análise técnica, levantamento de elenco, locação, direção de arte, elétrica e fotografia...
Mas agora na segunda fase, é claro, fui para a casa. Hoje, li seu texto, e é claro, "oshamente" concentrei me em dar risada, e com isso, surgiram imageticamente, as imagens em minha cabeça. Apenas isso. Diversão Garantida! Temporariamente, tomei meu tarja preta, e com dor de cabeça fui dormir. As imagens ainda estão arquivadas, e com todo respeito: isso é um roteiro sim! Precisando de uma conversa, te levo um café, e um saquinho de adoçante em pó. Que os anos 80 estejam tão divertidos quanto!
PS: Avise Madame Gesualdi que fiquei aqui, seguindo seu tratamentro macrobiótico.