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domingo, 9 de maio de 2010


sobre o nada



queria escrever alguma coisa sobre um acontecimento. tentei muito me inspirar, na verdade não foi muito, mas tentei.
a minha inspiração vem como se alguém soprasse o texto prontinho pra mim, quase uma psicografia.
mas ninguém veio me soprar nada. apenas me orientaram a escrever o que eu senti ou ainda sentia sobre um acontecimento que esperei durante alguns quase trinta meses.
a minha vontade era de conseguir contar tudo, mas ainda assim não me veio nada.
hoje numa auto confissão, percebi que não tenho nada pra contar, a réplica sempre chega em momentos que a única vontade que temos é de cultuar o silêncio.
procurei em todos os cômodos da minha mente, até na ante sala um sentimento, um desamor, um desafeto, uma raiva e até um amor. e nada.
me disseram que quando algo não nos diz nada, é porque deixou de ser alguma informação para nós.
foi isso, esperei tanto que acho o que era o lead da matéria, passou facilmente para o caderno de obituário.
e é assim que eu me sinto, sem ansiedade, sem piedade, sem raiva, sem ódio, sem sentimento, sem nada.