
dia estranho
dia desses voltando para a casa depois de um dia estranho de trabalho, um dia quente, onde tudo o que eu mais queria era voltar pra casa invisível, meu desejo era de não encontrar ninguém, absolutamente ninguém conhecido.
o trajeto que faço diariamente a pé ,decidi fazer de ônibus para chegar mais rápido e não ter que cumprimentar nem o cara da banca - que parece esperar o meu cumprimento para poder fechar aquela lata de sardinhas – letrada.
no ponto de ônibus um sr muito simpático puxa um assunto qualquer comigo:
- acho que vai chover . o que você acha?
putaquepariu, justo hoje que eu gostaria de ir para casa invisível – pensei eu
sorri educadamente e respondi concisamente:
- é ... acho que sim.
e a conversinha continuou ...
aí perguntou o meu signo, o meu time de futebol, a minha profissão.
acho que nem um psicólogo da FEBEM faria tanta pergunta a um recém internado.
enfim, dei “barda” ao bom e falante velhinho.
o ônibus chegou , tentei me perder na muvuca , mas não consegui , o velho tinha agarrado no meu braço para eu ajudá-lo a subir no ônibus.
ajudei –o e fui me distanciando, mas o desgraçado falava mais alto ainda para eu não sair de perto.
para a vergonha não ser maior e o ancião não passar a catraca atrás de mim, fiquei quieta e fingi prestar muita atenção no que aquele sacripanta falava.
e falava de deus , mas falava de uma maneira tão linda, numa fé tão infantil, que foi ali que me apaixonei por aquele pracinha tagarela.
quando ele percebeu que o ponto dele estava chegando ele perguntou rapidamente quantos anos eu tinha, e eu não respondi, é claro!
com certeza, ele iria repetir bem alto para que todos - inclusive os do último banco - ouvissem .
aí ele chutou uma idade quase adolescente e eu disse que não. e ele, muito simpático, disse que não era possível.
ponto para o velho xavequeiro outra vez.
ele me perguntou quantos anos eu achava que ele tinha.
eu fiquei sem resposta , porque o velhinho era muito matusalém, não queria magoá-lo.
então respondi:
- eu acho que menos de duzentos o sr tem.
ele deu uma puta gargalhada e falou que não existiam mais meninas com o meu bom humor.
disse depois que estava na flor dos seus 87 anos
me roubou um beijo na bochecha e saltou no próximo ponto.
foi tão romântico.
até hoje eu não sei se ele existia ou se foi pura imaginação do meu mau humor pós dia estranho.
putaquepariu, justo hoje que eu gostaria de ir para casa invisível – pensei eu
sorri educadamente e respondi concisamente:
- é ... acho que sim.
e a conversinha continuou ...
aí perguntou o meu signo, o meu time de futebol, a minha profissão.
acho que nem um psicólogo da FEBEM faria tanta pergunta a um recém internado.
enfim, dei “barda” ao bom e falante velhinho.
o ônibus chegou , tentei me perder na muvuca , mas não consegui , o velho tinha agarrado no meu braço para eu ajudá-lo a subir no ônibus.
ajudei –o e fui me distanciando, mas o desgraçado falava mais alto ainda para eu não sair de perto.
para a vergonha não ser maior e o ancião não passar a catraca atrás de mim, fiquei quieta e fingi prestar muita atenção no que aquele sacripanta falava.
e falava de deus , mas falava de uma maneira tão linda, numa fé tão infantil, que foi ali que me apaixonei por aquele pracinha tagarela.
quando ele percebeu que o ponto dele estava chegando ele perguntou rapidamente quantos anos eu tinha, e eu não respondi, é claro!
com certeza, ele iria repetir bem alto para que todos - inclusive os do último banco - ouvissem .
aí ele chutou uma idade quase adolescente e eu disse que não. e ele, muito simpático, disse que não era possível.
ponto para o velho xavequeiro outra vez.
ele me perguntou quantos anos eu achava que ele tinha.
eu fiquei sem resposta , porque o velhinho era muito matusalém, não queria magoá-lo.
então respondi:
- eu acho que menos de duzentos o sr tem.
ele deu uma puta gargalhada e falou que não existiam mais meninas com o meu bom humor.
disse depois que estava na flor dos seus 87 anos
me roubou um beijo na bochecha e saltou no próximo ponto.
foi tão romântico.
até hoje eu não sei se ele existia ou se foi pura imaginação do meu mau humor pós dia estranho.
com certeza tornou o meu dia menos estranho.