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quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

a fraude


lá vinha ele atravessando a rua, com o seu diploma na mão. tarefa da qual estava muito orgulhoso, já era formado a mais de cinco anos e ainda não havia criado vergonha na cara para atravessar a metrópole e resolver a sua vida acadêmica.
andava muito ocupado com os louros que colhia no trabalho e que não fazia questão nenhuma de dividir com a sua equipe.
criou o hábito de se presentear todas as vezes que resolvia alguma pendência ou conseguia alguma vitória profissional ou emocional .afinal, era letrado, graduado e o mais importante, diplomado.
depois de tanta dificuldade e esforço para ser “alguém na vida” - palavras de sua avó que o criou - resolveu então se presentear com um belo jantar e um bom vinho, apesar de não gostar da bebida, mas com uma boa massa era quase uma ordem.
no fim da noite retornou ao seu apartamento e fez uma revisão do seu dia e se planejou para a semana.
a cena era a seguinte, ele na cama em seu quarto melancólico, as listas de coisas para fazer, os livros impecavelmente arrumados por ordem de tamanho, o diploma esticado na cama, a trilha - qualquer disco do oasis - e aquela sensação “mais que humana” de que era uma fraude e que poderia ser descoberto a qualquer momento.

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