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quarta-feira, 29 de julho de 2009





tempo...


a cena foi mais ou menos assim:

eu, oito senhoras onde as idades variavam entre sessenta e cinco e oitenta anos. alguns salgadinhos , refrigerantes e o assunto: gatos.

quando dei por mim estava participando de uma pesquisa de mercado sobre o lançamento de uma nova ração para gatos.

meu deus, quando me perguntaram quantos gatos eu tinha , me senti envergonhada. era eu a proprietária do maior número felinos daquela sala.

já percebi que além da idade, agora terei que omitir o número de gatos que tenho também.

quanta cumplicidade nos nossos olhares quando se cruzavam e percebíamos que queríamos o melhor para os nossos tão amados pets.

entre uma rosquinha e outra , uma ou outra opinião divergente, éramos todas ali muito coniventes com o mesmo propósito.

me senti da mesma idade delas, sempre tive essa facilidade de adaptação, quando estou com pessoas mais novas , consigo ser mais nova que elas, e isso acontece com os mais velhos também.

eu era a idosa mais descolada daquela sala. dona lourdes, a bibliotecária aposentada, dona irene professora do estado também aposentada, dona rosa costureira , dona ivete dona de casa com muito orgulho, fazia questão dizer em alto e bom som . as outras não tive tempo de compartilhar experiências, e eu a jovem senhora, ou a idosa descolada, "cineastra".

falamos de tudo, sobretudo, gatos!

que tarde fantástica!

quando a pesquisa acabou me deu até uma tristezinha, por mim passaria mais dois dias compartilhando as peripécias dos nossos gatinhos.

me despedi , caminhei uns 100 m, senti uma mão no meu ombro esquerdo, era a dona lourdes me perguntando para onde eu estava indo.

respondi:

-vou para a paulista

por um momento se passou pela a minha cabeça responder:

- para o mesma direção que a senhora.

podemos evitar "quase" tudo na vida, menos o inevitável, a idade.

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