existe humor em sp
era para ser um passeio comum, um
caminho corriqueiro, um ônibus
que cruzasse a
paulista já era suficiente para chegar ao meu destino.
mas ontem o trajeto
foi especial, pois era o primeiro passeio de ônibus com o meu pequeno.
quando passamos
pelo paraíso me deu uma nostalgia, uma leve sensação boa de quando era só eu, e
hoje somos nós. que bom!
levantei o corpinho
dele para que avistasse a janela, os prédios, as pessoas e as novidades que
lhe saltavam aos olhos, prédios, pessoas, muitas pessoas.
a ida foi
tranquila, ele só chorava quando o ônibus parava, como ele faz no carro, mas o
motorista percebeu a ansiedade dele e acelerava fingindo arrancar com o ônibus quando
parávamos no sinal. isso acalmava ele e a mim por tabela.
no nosso retorno,
já estávamos cansados, pois a nossa rotina tinha sido levemente alterada, naquele
horário num dia comum, já estaríamos eu e ele
agarrados na nossa
cama após um banho relaxante na banheira cheia de patinhos coloridos.
quando de repente
entrou uma senhora no ônibus, meio cigana, meio hare krishna, meio umbanda, daquelas
figuras pitorescas, deliciosas e indecifráveis que sampa nos presenteia.
ela olhou para mim
e disse :
_vou adivinhar
o nome desse bebê. posso?
_ pode sim. respondi com uma expressão incrédula, mas gostando do desafio.
_ pode sim. respondi com uma expressão incrédula, mas gostando do desafio.
_ carolina?
acenei
negativamente com a cabeça
_juliana?
acenei
novamente negativamente com um leve sorriso no rosto.
_ tá
muito distante? perguntou ela depois de chutar vários nomes femininos com uma
cara de decepção
e eu
respondi :
_sim bem distante, é um
menino.
e ela
então soltou uma gargalhada, talvez rindo dela mesma.
ela se desafiou novamente e disse agora eu vou adivinhar.
e começou
a falar os mais variados nomes, Tiago, alexander, felipe
e por
aí vai...
e eu continuei negando nos próximos três pontos de ônibus.
e eu continuei negando nos próximos três pontos de ônibus.
nisso
um passageiro lá do fundo gritou:
_ moça
você tem que falar logo eu desço no próximo ponto.
e a mística gritou de volta:
e a mística gritou de volta:
_eu inventei a brincadeira e ela só vai contar quando
eu for descer.
aí
os passageiros em tom curioso, começaram a gritar uma infinidade de nomes e eu
neguei todos.
me
pediram uma dica da letra. e eu disse t.
novamente
começou o festival de adivinhações e nada.
até
que o cobrador gritou:
_a
sua mãe deve ter judiado de você com um nome que ninguém acerta.
a
coisa estava ficando séria.
ouço
do motorista:
_fala moça senão não vou conseguir mais dirigir hoje.
por
fim, chegou o ponto da nossa mãe dinah e
eu olhei para
o
fim do corredor e gritei:
_ posso falar o nome dele?
um
coro de mais ou menos 35 pessoas gritou:
_ siiiiiiim
e
eu respondi:
_tom.
de
repente ouço uma salva de palmas uma mistura de alívio de alguns por não
descerem com a dúvida eterna e a curiosidade sanada e alguns aliviados por eu não ter judiado do pobre bebê na escolha do
nome.
dois
pontos então eu e o garoto agora com nome descemos.
e
para a minha surpresa, todos gritaram:
_ tchau tom, tchau tonzinho
alguns
com metade do corpo pra fora da janela do ônibus. foi bonito.
sem
dúvidas o nosso primeiro passeio de ônibus foi muito especial e inesquecível.
ps: obrigada filho
por me deixar contar essa história.
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