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domingo, 26 de julho de 2015

existe humor em sp

era  para ser um passeio comum, um caminho corriqueiro, um ônibus
que cruzasse a paulista já era suficiente para chegar ao meu destino.
mas ontem o trajeto foi especial, pois era o primeiro passeio de ônibus com o meu pequeno.
quando passamos pelo paraíso me deu uma nostalgia, uma leve sensação boa de quando era só eu, e hoje somos nós. que bom!
levantei o corpinho dele para que avistasse a janela, os prédios, as pessoas e as novidades que lhe saltavam aos olhos, prédios, pessoas, muitas pessoas.
a ida foi tranquila, ele só chorava quando o ônibus parava, como ele faz no carro, mas o motorista percebeu a ansiedade dele e acelerava fingindo arrancar com o ônibus quando parávamos no sinal. isso acalmava ele e a mim por tabela.
no nosso retorno, já estávamos cansados, pois a nossa rotina tinha sido levemente alterada, naquele horário num dia comum, já estaríamos eu e ele
agarrados na nossa cama após um banho relaxante na banheira cheia de patinhos coloridos.
quando de repente entrou uma senhora no ônibus, meio cigana, meio hare krishna, meio umbanda, daquelas figuras pitorescas, deliciosas e indecifráveis que sampa nos presenteia.
ela olhou para mim e disse :
     _vou adivinhar o nome desse bebê. posso?
    _ pode sim. respondi com uma expressão incrédula, mas gostando do desafio.
     _ carolina?
       acenei negativamente com a cabeça
     _juliana?
      acenei novamente negativamente com um leve sorriso no rosto.
      _ tá muito distante? perguntou ela depois de chutar vários nomes femininos com uma cara de decepção
       e eu respondi :
   _sim  bem distante,  é um menino.
       e ela então soltou uma gargalhada, talvez rindo dela mesma.
ela se desafiou novamente e disse agora eu vou adivinhar.
e começou a falar os mais variados nomes, Tiago, alexander, felipe
e por aí vai...
 e eu continuei negando nos próximos três pontos de ônibus.
nisso um passageiro lá do fundo gritou:
    _ moça você tem que falar logo eu desço no próximo ponto.
       e a mística gritou de volta: 
     _eu inventei a brincadeira e ela só vai contar quando eu for descer.
aí os passageiros em tom curioso, começaram a gritar uma infinidade de nomes e eu neguei todos.
me pediram uma dica da letra. e eu disse t.
novamente começou o festival de adivinhações e nada.
até que o cobrador gritou:
_a sua mãe deve ter judiado de você com um nome que ninguém acerta.
a coisa estava ficando séria.
ouço do motorista:
_fala moça senão não vou conseguir mais dirigir hoje.
por fim,  chegou o ponto da nossa mãe dinah e eu olhei para
o fim do corredor e gritei:
_ posso falar o nome dele?
um coro de mais ou menos 35 pessoas gritou:
_ siiiiiiim
e eu respondi:
_tom.
de repente ouço uma salva de palmas uma mistura de alívio de alguns por não descerem com a dúvida eterna e a curiosidade sanada e alguns aliviados por  eu não ter judiado do pobre bebê na escolha do nome.
dois pontos então eu e o garoto agora com nome descemos.
e para a minha surpresa, todos gritaram:
_ tchau tom, tchau tonzinho
alguns com metade do corpo pra fora da janela do ônibus. foi bonito.
sem dúvidas o nosso primeiro passeio de ônibus foi muito especial e inesquecível.


ps: obrigada filho por me deixar contar essa história.

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