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quinta-feira, 12 de março de 2009


o cinema dói
( em homenagem aos meus companheiros de guerrilha)

e há quem bata o pé e diga que fazer cinema não dói.
dói e dói muito, dói a cabeça , dói o coração , dói as costas e a pior dor de todas , dói a alma.
uma entrega muito grande, muito trabalho e no final de tudo você é demitido.
costumo dizer que o filme termina, mas fica um pedacinho da alma em cada um que trabalhou por ele. quem faz cinema sabe bem que eu falo. só para exemplificar é uma dor como tatuagem, é ruim , mas é boa.
sem dúvida nenhuma a história mais humana e interessante dessa trama toda, diria o fio condutor dessa nave de egocêntricos , é o reality show da vida, da equipe.
toda equipe tem as personagens muito bem definidas, o primeiro a se apresentar é o bobo da corte, o que quer fazer tudo, não se contenta em ter uma função pré definida, abraça tudo, e claro não dá conta de nada. geralmente esse papel é dado a algum assistente produção... aí vem a síndrome do pequeno poder, o contágio varia...pode pegar desde o assistente do terceiro estagiário ao primeiro assistente de direção, e é de fácil identificação: dê um guarda sol para ele segurar no set e pronto! parece um galinho de briga.
tem os emocionais, este papel geralmente fica com as mulheres, mas tem muitos homens se enquadrando também. geralmente o reconhecemos quando andam pelo set se escorando em alguém e chorando, pois toda a culpa é dele, coitado...ou não.
o militar também é bem fácil de identificar, os gritos são quase histéricos e seu poder todo é medido pelas cordas vocais, não preciso dizer que ele atende pela função de diretor de produção.
a turma do camarim, essa eu curto falar, adoro as meninas (e meninos quando tem). é o lugar onde o povo da produção pode se esconder um pouco. e é o povo animado que sempre tem um “bafo" pra contar. não estou chamando ninguém de fofoqueiro, muito pelo contrário, pra mim é um dos lugares mais humanos nesse circo todo que se chama set.
e o pessoal da arte, sempre lindos, modernos, descolados e cheio de loucurinhas na cabeça. adoro!
brincadeiras a parte, admiro para caralho o trabalho deles. sou uma frustrada por não fazer parte dessa área. adoro ver os caras criarem e resolverem situações que eu nem em sonho resolveria.
o som direto geralmente é o que sabe de tudo , de tudo mesmo.
a galera da pesada é a que mais rala, a que menos ganha , mas sempre tá feliz.sair beber com eles é sempre um puta prazer.
aí tem o comandante da nave, geralmente poupado pelos assistentes de direção, que funcionam como um pára raios do set, ou as vezes mais atraem raios do que param.
geralmente é o mais tomado pelo ego, mas se o comandante for ruim, a tripulação abandona a missão.
acompanho esse reality show, os paredões, castigos, big phone e as eliminações. tenho sofrido, gargalhado e torcendo muito, mas muito mesmo para que tenha um final feliz para todos. mas, torcendo principalmente pelo filme, afinal ele é, e continua sendo, a personagem principal.
a dor é forte, mas o prazer de ver na telona o resultado de meses de trabalho faz passar qualquer dor , sem analgésico.

3 comentários:

Fer disse...

esse texto tá muito papo de artista. que acha de ajudar na limpeza lá em casa?

fer disse...

vc tá muito artista ... vamos fazer limpeza ou lavar roupa

lu lopes disse...

ou trocar fraldas??? rs