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sábado, 7 de abril de 2012

há muito tempo atrás ouvi de um dos meus mestres profissionais:
" - menina, agora se prepare para a quarta feira de cinzas"
me lembro de pensar que era mais um dos seus milhões de signos que me ensinou nesses anos todos de aprendizado.
estávamos na reta final de um longa metragem que eu estava mergulhada até o o pescoço, era a última diária, e o que eu mais queria naquele momento era que tudo se acabasse mesmo para eu ter vida novamente, a minha vida.
no dia seguinte, eu entendi o que ele quis dizer...
telefone sem tocar, rádio quieto, nada de check lists mentais compulsivos, sem preocupações com os sets seguintes e uma noite de sono tranquila.
me lembro de ter entrado numa das depressões mais relâmpagos da minha vida.
um vazio, uma tristeza, uma falta de senso de direção e o cinza prevalevendo na minha paleta de cores.
hoje eu entendi a relação com o carnaval e a quarta feira de cinzas, para quem ama o que faz, o trabalho realmente é uma festa, e quando um projeto tão intenso acaba, só podemos nos sentir assim mesmo, sem chão.
hoje acordei com a sensação de quarta de cinzas, com um diálogo interior gritando e ouvindo os meus próprios passos nesse apartamento que fica em algum lugar de uma grande metrópole, talvez em nárnia.

Um comentário:

Fanzine Episódio Cultural disse...

DEDICADO À UMA VOZ

Voz que encanta
Que cura
Que apazigua minh´alma
-Não permitas que te calem

Tu emanas o canto
Que silencia as sereias
E diante do espelho as faz corar.

Voz que ouço e que atendo:
És musa, deusa e talento
Inspiradora do meu ego
Defensora dos meus julgamentos

Tu és como o mel – suave e doce
Mas, enfurecida,
És firme e forte como o fel

Sem pedir entraste em meu poema
Disfarçando-te em versos.
Contida estas entre palavras
E ao subjetivar-me... te admiro!

*do livro (O ANJO E A TEMPESTADE ) de Agamenon Troyan