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quarta-feira, 29 de junho de 2011
terça-feira, 28 de junho de 2011

seis minutos
ele não sabia o que estava por vir, preferiu não adiar mais , pois isso significaria mais algumas horas, alguns dias ou alguns meses de ansiedade.
pegou o telefone e decidiu ligar.
enquanto discava ficou imaginando o que poderia falar, conversa boba, conversa para boi dormir, mas assunto não faltaria.
depois de tanto tempo era dificil saber se ainda seria bem recebido, se ela ainda riria das suas piadas infames ou se ainda se interessaria pelos seus assuntos.
o telefone tocou até cansar, e ninguém atendeu.
resolveu ligar para algum amigo, falar de futebol e subjetividades, tudo para esquecer aqueles oito toques gravados no seu inconsciente.
desligou o telefone, acendeu mais um cigarro, e enquanto fumava pode constatar que um cigarro fumado apreciadamente leva seis minutos para ser apagado.
andou pela casa, abriu algumas correspondencias, checou uns emails e foi tomar banho para aquecer o corpo e diminuir a ansiedade que insistia em ficar.
foi até a sala e zapeou o controle da tv com poucas opções de canal, mas ainda assim com mais opcoes que a sua vida oferecia no momento.
ficou ali se questionando das suas escolhas desde a profissional até a última cor de gravata comprada.
a noite parecia longa , e o frio da cidade cinza o deixava ainda mais triste e confuso.
o sono finalmente veio, adormeceu frágil , em posição fetal.
no meio da noite teve um pesadelo e acordou com a sensação de que o telefone havia tocado, levantou correndo , tropeçou no criado mudo e correu até a sala com os pés de chinelo trocados.
era só impressão.
deitou e fritou na cama a noite toda com a questão das escolhas , que povoou o seu pensamento até adormecer novamente.
o dia amanheceu , e sua rotina começou , acompanhada daquela companheira de alguns dias, a ansiedade quase insuportável.
então no meio do dia resolveu escolher ligar outra vez.
o telefone tocou, ela atendeu, e ele escolheu viver, resolveu pagar pelo preço de mais uma escolha.
sexta-feira, 24 de junho de 2011
sonhos
tenho sonhado com você frequentemente, e esses sonhos mexem comigo.
fico com fragmentos deles o dia todo, tentando decifrar o que eles querem dizer.
estou numa correria louca, tocando dois projetos ao mesmo tempo, e esses sonhos me fazem lembrar que tenho um projeto mais importante que todos, a minha vida.
essa noite sonhei que você me mandava mensagens no celular , e eu não conseguia responder, não tinha tempo, e quando tinha tempo não vinha inspiração.
ontem numa conversa de bar com um amigo fiz questão de encorajá-lo dizendo para ele ter calma que nesse mundo tem muita gente legal.
ele concordou e disse que gente legal realmente tem aos montes, mas que o dificil é encontrá-las.
talvez por isso o meu subconsciente me fez encontrar você no sonho pelo menos, lá eu sei que encontro gente legal, lá eu sei que encontro você.
ele concordou e disse que gente legal realmente tem aos montes, mas que o dificil é encontrá-las.
talvez por isso o meu subconsciente me fez encontrar você no sonho pelo menos, lá eu sei que encontro gente legal, lá eu sei que encontro você.
segunda-feira, 20 de junho de 2011

fica comigo esta noite.
sábado pesado, dia de trabalho árduo, dia em que minha paciência, delicadeza e meus nervos foram testados e dissecados até o último músculo.
parei o carro em frente ao meu prédio, desci, e no meio da escadaria enxerguei um movimento, um corpo se mexendo e segurando duas garrafas.
parei o carro em frente ao meu prédio, desci, e no meio da escadaria enxerguei um movimento, um corpo se mexendo e segurando duas garrafas.
a minha visão foi melhorando conforme eu me aproximava, e pude perceber que aquele corpo era masculino e as garrafas eram de cerveja, para a minha sorte.
de repente escuto o meu nome, dito de um jeito manhoso e carinhoso.
era o meu amigo, um dos melhores, daquela lista que classifico, bons amigos , más companhias.
ele estava sentado no terceiro degrau contando de cima para baixo.
ele deu um sorriso sem graça ,nos abraçamos muito forte, aquele abraço que não quer mais soltar, aquele abraço de pedido de ajuda, aquele abraço de fica comigo esta noite.
parei ali mesmo, acendi um cigarro e fiquei olhando para ele, forte, bonito e sempre muito falante, mas aquele dia ele resolveu se calar para ouvir.
quando dei por mim estava sentada na escadaria , com um cara inexplicavelmente sensivel, agarrado as minhas pernas como se fossem a última esperança, a luz no fim do túnel.
logo eu , que sempre fomentei, pedi e implorei por colo, naquele momento eu estava dando colo tentando aguentar peso do meu próprio corpo equilibrado ao peso do dele.
- você tinha razão! dizia ele.
- razão de que mesmo? perguntei.
- o amor, essa merda de amor.
ah, aí eu já começava a entender o que fez ele atravessar a cidade para me ver.
aquilo tudo era assustador, porque aquela fala era minha, e nunca dele.
ele sempre foi do tipo que nunca se apaixonou, nunca se apegou a ninguém.
me lembro de recorrer a ele em última estância, num término de relacionamento, quando eu já estava pronta para ouvir a verdade.
sim, porque se eu quisesse ouvir mentiras sinceras, procuraria por qualquer pessoa, menos por ele.
depois de tanto tempo, tantas verdades e muitos quarteiroes de reflexão, ele se apaixonou.
se apaixonou por alguém que certamente não retribuiu, não se apaixonou.
fiquei ali parada, ouvindo as falas que já foram minhas um dia, e que eu agora cederia para ele viver isso que chamamos de amor.
ele chorava e me abraçava, e eu tentava consolar o meu amigo desiludido.
pensei que eu já estive nos dois lados, do rejeitado , e do amado, lugares comuns para qualquer ser humano que esteja afim de viver de verdade, e não viver na inércia da zona de conforto.
pensei em tantas coisas e cheguei a conclusão, que não amamos a pessoa, amamos o amor que ela tem por nós.
e que a pior decepçao é pensar em que ponto do relacionamento deixamos de acreditar naquela historia.
pensei em muitas coisas enquanto carregava aquele aquele coração dilacerado no colo.
minha única vontade era de acalmar aquele coração que nunca entendeu as dores de um coração partido.
ficamos ali a noite toda, acho que consegui arrancar algumas risadas dele. a lua estava linda, lua para os corações apaixonados, corações dilacerados e para os corações cansados como o meu.
minha única vontade era de acalmar aquele coração que nunca entendeu as dores de um coração partido.
ficamos ali a noite toda, acho que consegui arrancar algumas risadas dele. a lua estava linda, lua para os corações apaixonados, corações dilacerados e para os corações cansados como o meu.
domingo, 19 de junho de 2011
ontem limpei o sótão, e não te encontrei por lá.
depois limpei os quartos, a cozinha , a sala , os banheiros, por último deixei para limpar a biblioteca, achei que pudesse te encontrar lendo , mas não, nada de você.
dei uma volta no jardim e também não te encontrei, fui para o alpendre, e fiquei sentindo o vento que entrava e batia forte no meu rosto, e nada de te ver passar.
fiquei triste. fiquei feliz. você não mora mais aqui.
espero que tenha encontrado um lugar legal para morar.
depois limpei os quartos, a cozinha , a sala , os banheiros, por último deixei para limpar a biblioteca, achei que pudesse te encontrar lendo , mas não, nada de você.
dei uma volta no jardim e também não te encontrei, fui para o alpendre, e fiquei sentindo o vento que entrava e batia forte no meu rosto, e nada de te ver passar.
fiquei triste. fiquei feliz. você não mora mais aqui.
espero que tenha encontrado um lugar legal para morar.
quarta-feira, 15 de junho de 2011
" se ele soubesse que ela vai morrer amanhã, talvez a deixasse entrar. se ele soubesse que ela vai morrer amanhã, talvez se permitisse, na tentativa de tomar fôlego, amar com a urgência de que tem sede. se ele soubesse, sua vida passaria como um filme e ele tomaria a pressa que cura. mas ele não sabe. não tem a urgência que faz buscar o ar num segundo. ela vai morrer amanhã. e antes dela, o amor vai morrer numa curva, quando for só um fio fino de esquecimento. tudo vai morrer e acabar amanhã. mas ele não sabe. permanece imóvel, temendo o que vai acontecer amanhã. "
domingo, 12 de junho de 2011
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