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segunda-feira, 28 de junho de 2010

eterno.

e ela levantou com aquele frio de doer os ossos, andou com dificuldade no escuro, procurou um cigarro e um isqueiro, sentou se na poltrona de leitura, mesmo com aquele frio de matar, abriu um pouco a janela para a fumaça do cigarro sair ligeiramente e não deixar rastros de que alguém fumou por ali.
ficou observando aquele corpo repousar em sua cama, olhou com tanto amor, que chegava a doer como os ossos se defendendo do frio.
levantou- se pegou outra coberta no armário e cobriu suas pernas que esfriaram com a abertura da janela. analisou bem, e pensou que esse amor só existia na imaginação dela. uma via de uma mão única, um bilhete único e nunca um múltiplo de dois. mesmo com todo afeto ela estava ali, só ela.
pensou também se ela poderia contar com a generosidade dele em algum momento, se era perda de tempo insistir naquela relação. meu deus pensou em tanta coisa, e pensou também se ele teria idéia da quantidade de pensamentos e emoções que se passavam por uma cabeça enquanto estamos sendo observados dormindo.
era desesperadora a quantidade e a velocidade de pensamentos que puderam invadir todos os cômodos de sua mente naquele instante.
então, se levantou , chutou a cama, o descobriu e gritou:
_ acorda, acorda pra vida, desenvolve, não seja tão morno esperando que as coisas cheguem até você, tenha ciúme, tenha raiva, tenha vida!
e seu corpo ficou exatamente na mesma posição na poltrona, tragando prazerosamente o cigarro, e admirando a honestidade da sua alma reivindicando por calor naquele momento.
um movimento brusco do corpo dele e a alma dela voltou correndo ao corpo, ainda fora de encaixe e assustada com a reação impulsiva, ficou com uma espécie de medo misturado com orgulho de si mesma. estava viva, e cheia de calor. ficou feliz.
quando de repente ele abriu os olhos e ficou assustado olhando pra ela, que estava paralisada o observando.
então, ele abriu um sorriso, levantou a coberta para ela voltar a deitar. abraçou- a muito forte e a cobriu. naquele momento o corpo dela sentiu que aquele amor seria eterno, a sua alma não.

4 comentários:

Aprendiz de Feiticeira disse...

Quando sua alma voltou ao seu corpo, vc teve a sensação de estar caindo?
seus textos me fazem bem! :D

lu lopes disse...

ela teve sensação de estar acordada para a vida.

Anônimo disse...

casa comigo?

Titico disse...

;)