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sábado, 8 de dezembro de 2012


odeie - me se puder

falar de mim?
ok, sou inquilina de alguns gatos exigentes, e sou escrava deles
como parte do pagamento do aluguel.
não, não tenho tempo para a minha vida pessoal, sou avoada sim, não guardo nomes.
aliás, qual o seu mesmo?
sim, falo gesticulano muito, interrompo as pessoas no meio
 dos raciocinios mais inspiradores.
sou egoista , tenho medo de crianças e choro com cenas de filmes que assisto
um milhão de vezes para chorar mais um milhão de vezes.
uso uma meia de cada cor por não nunca encontrar o par certo,
jogo o isqueiro dentro da minha bolsa enorme ao invés de colocar no bolso certo,
só  para ficar procurando enlouquecidamente toda vez que decido fumar.
tenho audição seletiva, só ouço o que quero, existem pessoas que acham isso um mérito,
 e não demérito.
tenho um coração gigante, uma capacidade de amar infinita, mas isso não está em jogo.
sinto uma necessidade quase incontrolável de que você acesse o que há de mais
estranho, insuportável e feio em mim, é mais forte que eu.
tudo bem potencializado, mas bem potencializado mesmo para eu alcançar meu objetivo.
ok, você nunca irá saber que eu sempre coloco as meias certas, e que tenho uma
organizaçao normal, nada doente, mas uma organização normal, e nem que sou tão escrava
dos gatos assim, mas a sua cara de pavor me dava um prazer quase infantil. o prazer de uma
criança ouvindo um conto de terror sabendo que depois terá que dormir no escuro.
eu quero que você fique com a minha pior parte, aquela que só eu tenho acesso
 nesse apartamento em algum lugar inóspito, de um bairro inóspito de uma cidade vazia.



domingo, 6 de maio de 2012






eu gargalho quando estou nesse estado efervecente de tristeza, eu gargalho.
gargalho por dentro, num canto desse apartamento, gargalho baixinho.
rio de mim mesma, da mesma situação acontecendo
com uma reincidencia que até deus duvida.
e faço aquela cara de pessoa adulta, que assume que se deu mal mais
uma vez, mas que está pronta para tudo.
sou boa nisso, sei me fantasiar de várias personagens, inclusive
o de pessoa adulta.
mas sei me fantasiar de criança que brincou com o fogo e ateou fogo
na casa inteira também.
hoje eu estou no papel da adulta que ateou fogo na casa toda,
mas com o olhar de criança com medo de assumir as consequencias.
decidi optar por uma atitude bem adulta para sair dessa catarse,
vou me esconder debaixo da minha cama e sair só quando
a minha mãe me chamar para o jantar.







sábado, 7 de abril de 2012

há muito tempo atrás ouvi de um dos meus mestres profissionais:
" - menina, agora se prepare para a quarta feira de cinzas"
me lembro de pensar que era mais um dos seus milhões de signos que me ensinou nesses anos todos de aprendizado.
estávamos na reta final de um longa metragem que eu estava mergulhada até o o pescoço, era a última diária, e o que eu mais queria naquele momento era que tudo se acabasse mesmo para eu ter vida novamente, a minha vida.
no dia seguinte, eu entendi o que ele quis dizer...
telefone sem tocar, rádio quieto, nada de check lists mentais compulsivos, sem preocupações com os sets seguintes e uma noite de sono tranquila.
me lembro de ter entrado numa das depressões mais relâmpagos da minha vida.
um vazio, uma tristeza, uma falta de senso de direção e o cinza prevalevendo na minha paleta de cores.
hoje eu entendi a relação com o carnaval e a quarta feira de cinzas, para quem ama o que faz, o trabalho realmente é uma festa, e quando um projeto tão intenso acaba, só podemos nos sentir assim mesmo, sem chão.
hoje acordei com a sensação de quarta de cinzas, com um diálogo interior gritando e ouvindo os meus próprios passos nesse apartamento que fica em algum lugar de uma grande metrópole, talvez em nárnia.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011


desafio.

hoje voltei a me desafiar, é incrível como funciono bem na pressão.
comecei logo cedo, me desafiando a abrir a cafeteira italiana,
que estava fechada emerticamente desde o último café,
a cinco dias antes de eu ir viajar.
depois me desafiei a ler a enciclopédia de documentos que preciso
preparar para mais uma dessas burocracias da vida adulta.
o desafio não poderia parar por aí, me desafiei a escrever um email
para uma amiga que havia me desentendido, esse talvez fosse o desafio
9.5 na escala de dificuldade.
escrever esse texto faz parte de um desafio também, o de escrever
sem estar passando por nenhuma catarse, tristeza ou dores de amor,
igredientes para o texto fluir e deixar a janete clair que existe
dentro de mim gritar.
e os desafios continuarão ao longo do dia, tem o desafio de terminar
o meu trabalho com o prazo apertado, o desafio de encarar
o calendário da vida, o desafio do meu diálogo interior
que está cada vez mais intrigante e o desafio diário,
o de apesar de tudo ser feliz.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011




ando assim agora, falando tudo que penso.
deixei a paulistana estressada, desinteressada e blasé de lado,
e decidi voltar as origens.
decidi porque você me deixa a vontade e com vontade de ser assim.
deixei de querer controlar tudo, inclusive os meus sentimentos, com
você não tenho medo de gostar do jeito caipira, e esquecer
as convencões cosmopolitas que eu sempre fiz questão de ter.
porque é assim que sou e é assim que pretendo ser , por você.

terça-feira, 27 de setembro de 2011




um dos sons mais bonitos que tenho ouvido ultimamente,
é o da minha voz interior.
fazia tempo que não ouvia, aliás nem me lembro quando
foi a última vez que tive o prazer de ouvir.
a pouco estava fazendo um chá, e ouvi o barulho das
bolhinhas subindo,o barulho do cigarro sendo aceso,
e ouvi os meus próprios passos,tudo potencializado.
uma sensação de força, de clareza de idéias, de metas e objetivos.
acho que a melhor experiência que um ser humano pode ter,
é a de morar sozinho.
eu já tive essa experiência, estou na minha segunda chance, e
quero aproveitá-la até a último grito, último som e último eco interior.